segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A informática e a Educação

O principal objetivo, ao adaptar a Informática ao currículo escolar, está na utilização do computador como instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos lecionados, além da função de preparar os alunos para uma sociedade informatizada.
Nesse caso a questão determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma tecnologia usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem.
 A Informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo ensino/aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral do indivíduo.
Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e torná-las parte do nosso referencial. (Moran, 2000).

Assim, acreditamos que a maior dificuldade atual na área da informática, seja de como utilizar este recurso estabelecendo relações com os conteúdos escolares e o cotidiano do aluno. Muitas escolas introduziram em seu currículo o ensino da Informática com o pretexto da modernidade. Mas, o que fazer nessa aula?  E quem poderia dar essas aulas? Qualquer professor pode dar aula de informática?
A informática não deve ser apenas mais uma matéria complementar e sem importância nos currículos escolares, mas sim ter objetivos pedagógicos para que possa ajudar os alunos no cotidiano fora da escola e também no processo de aprendizado e desenvolvimento.
Acreditamos que a informática educacional deva fazer parte do Projeto Político Pedagógico da escola, projeto esse que define todas as pretensões da escola em sua proposta educacional.
Pois o computador se tornou uma ferramenta para aprendizagem, capaz de auxiliar mo desenvolvimento das habilidades intelectuais e cognitivas, levando o indivíduo a atingir suas potencialidades, sua criatividade, e sua inventividade.
De acordo com (FRÓES) “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de escrever e, portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora como conseqüência, a um pensar diferente.”

Por isso acreditamos que a informática na educação é fundamental, tanto para os alunos quanto para os professores no processo de construção e desenvolvimento do conhecimento.
José Manuel Moran, Marcos T. Masetto e Marilda A. Behrens, no livro: Novas tecnologias e mediação pedagógica, falam sobre o ensino e aprendizagem inovadores com as novas tecnologias, que não podem estar ausentes da escola numa sociedade em mudança. Com base neste livro, conseguimos ampliar nosso projeto e sustentar nossas justificativas quanto ao uso da informática na educação como uma tecnologia que poderá servir de apoio pedagógico no processo de ensino-aprendizagem.
Estes autores consideram de extrema importância, a existência de pontos cruciais em relação às expectativas sobre as Novas Tecnologias, citando assim a questão da educação com qualidade, já que atualmente é preciso que a sala de aula seja melhor equipada para que nela sejam realizadas atividades diferentes, que desperte o interesse dos alunos. Outro ponto importante é a revisão e a atualização do papel e das funções do professor, assim como a formação permanente deste profissional, educar atualmente é mais complexo, pois a sociedade também é mais complexa, a tecnologia começa a estar mais ao alcance do estudante e do professor, sendo preciso então que o professor reaprenda a ensinar para que possa atingir as expectativas dos alunos.
A compreensão e a utilização da informática visando a aprendizagem dos alunos também é um assunto discutido no livro, assunto este que gera inquietações em nós, pois as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as escolas.
Os professores precisam aprender a gerenciar os espaços informatizados e a integrá-los de forma inovadora e equilibrada nos conteúdos escolares, não usando a tecnologia apenas para ilustrar o seu próprio conteúdo, mas sim para criar novos desafios didáticos.
 A informática a serviço de um projeto educacional propicia aos alunos, condições de trabalharem a partir de temas, projetos ou atividades extracurriculares. O computador é um meio onde desenvolvemos inteligência, criatividade e inteligências mais críticas.
No computador, o aluno não tem medo de aprender, mesmo as tarefas mais simples são suficientes ricas, permitindo o desenvolvimento de uma série de habilidades, levando o aluno a aprender através de seus erros, o que irá aumentar sua autoconfiança, pois este não foi repreendido pelo erro.
Há uma preocupação com ensino de qualidade mais do que com educação de qualidade. Ressaltando que, ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento. Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade. Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos.
Precisamos estar atentos e avaliar como está sendo a aplicação da informática ma escola, se está sendo feito um ensino de qualidade ou não, levando em conta que o ensino de qualidade envolve muitas variáveis, como uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente, aberto, participativo; com infra-estrutura adequada, atualizada, confortável; tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas, com docentes bem preparados intelectual, emocional e eticamente; bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação afetiva com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los, motiva-los e orientá-los.
Há alunos pouco familiarizados com essas tecnologias, é preciso que o professor seja o mediador entre as novas tecnologias e o aluno proporcionando a ele conhecimento do novo, provocando-o e o estimulando a mudanças.
As dificuldades para mudar na educação são muitas e variadas, mudanças na educação dependem de educadores maduros, intelectual e emocionalmente, abertos, que saibam motivar e dialogar; bem como, administradores, diretores e coordenadores que entendam todas as dimensões envolvidas no processo pedagógico, apoiando professores inovadores e, ainda, de alunos que se tornem parceiros que facilitam o processo ensino-aprendizagem.
Conhecer é compreender todas as dimensões da realidade, conhecemos mais e melhor conectando, juntando, relacionando, acessando o objeto de todos os pontos de vista e caminhos.
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídico é mais “livre”, menos rígida, com conexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de resposta imediata (Moran, 1998, pp148-152)

        Assim, o uso do computador deixa o aluno mais à vontade, respeitando seu ritmo de aprendizagem, pois ele sabe que não será reprimido, o que faz com que este seja cada vez mais curioso e aprenda mais através da sua experiência com a máquina.

Com a utilização da informática na escola, haverá uma integração maior das tecnologias e das metodologias de trabalhar com o oral, a escrita e o audiovisual.  Não precisaremos abandonar as formas já conhecidas pelas tecnologias só porque estão na moda, mas integraremos as novas tecnologias e as tecnologias  já conhecidas. Iremos utilizá-las como mediação facilitadora do processo de ensinar e aprender participativamente.
Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantém distanciamento entre professor e aluno, caso contrário, teremos apenas um verniz de modernidade, sem mexer no essencial.
Para Lévy, o conhecimento pode ser apresentado de três formas diferentes: oral, escrita e digital. Torna-se essencial reconhecer que a era digital vem se apresentando com uma significativa velocidade de comunicação.
A tecnologia da informação pode contribuir com pelo menos sete procedimentos que os autores chamam de princípios: encorajar contato, cooperação entre estudantes, encorajar aprendizagem colaborativa, dar retorno e respostas imediatas, enfatizar tempo para as tarefas, comunicar altas expectativas, respeitar talentos e modo de aprender diferente. Estes princípios devem ficar claro como um objetivo a ser cumprido durante uma aula com o uso da tecnologia, a tecnologia não deve afastar as pessoas, mas sim uni-las, diante da distância e tempo que as separam.
A busca das competências e da autonomia inicia-se quando o foco da ação docente passa do ensinar para o aprender. Quando o professor está disposto a prender com seus alunos, seus ensinamentos ficam mais claros e objetivos, pois não há uma hierarquia de cima para baixo, mas sim uma troca de experiências benéficas para ambas as partes.
O autor Marcos T. Masetto procura aprofundar o tema da mediação pedagógica como característica fundamental para o uso, tanto da tecnologia convencional, (livros, cadernos, revistas, etc.) como das chamadas Novas Tecnologias (rádio, televisão, computador, etc.), visando a melhoria do processo de aprendizagem, como meio e instrumento para colaborar no desenvolvimento deste processo, utilizando as novas tecnologias, o professor tem oportunidade de realizar seu verdadeiro papel: o de mediador entre o aluno e a aprendizagem, o facilitador, o incentivador e motivador dessa aprendizagem.
Ele pode dinamizar a aprendizagem, trabalhar em equipe junto com o aluno, buscando os mesmos objetivos, desenvolvendo a mediação pedagógica, estando voltado para a aprendizagem do aluno assumindo que o aprendiz é o centro do universo do ensino; criando assim, um clima de mútuo respeito entre professor e aluno.
Portanto, mesmo com o uso de novas tecnologias, o papel do professor jamais será tomado por uma máquina, a informática e outras tecnologias vêm para auxiliar este profissional na diversidade de recursos que podem tornar seu ensino mais eficaz e agradável, e não para tomar seu lugar, o medo da inovação deve ser deixado de lado para que o professor procure encontrar melhores maneiras de ensinar seus alunos, usufruindo dos benefícios que as tecnologias podem trazer para o enriquecimento da  sua prática pedagógica.

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